A impressão de vivenciar algo que já ocorreu, conhecida como déjà vu, é relatada por 60% a 80% das pessoas em algum momento da vida. A explicação para o fenômeno, de acordo com a psicóloga e neuropsicóloga Tatiana Serra, está em um deslize temporário no processamento da memória.
“O cérebro costuma separar com clareza o que é lembrança e o que é experiência atual. No déjà vu, essa fronteira se confunde por alguns segundos, fazendo o presente parecer uma lembrança”, afirma a especialista.
Áreas cerebrais envolvidas
Do ponto de vista neurocientífico, a sensação envolve regiões como o hipocampo e o lobo temporal medial, responsáveis pela formação e pela recuperação de memórias. “É como se o cérebro pegasse um ‘atalho’ errado e acionasse circuitos de reconhecimento sem haver uma lembrança correspondente”, explica Tatiana.
Mais comum entre jovens adultos
Pesquisas indicam que o déjà vu aparece com maior frequência em adultos jovens, em pessoas saudáveis e em situações de relaxamento, como viagens ou passeios. A especialista observa que, por essa razão, o fenômeno costuma ser considerado uma “falha benigna” do cérebro. “Ele mostra que os mecanismos de memória funcionam tão bem que, ocasionalmente, podem se confundir”, diz.

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Quando procurar ajuda
A ocorrência exagerada ou muito intensa do déjà vu pode estar associada a condições neurológicas, entre elas a epilepsia do lobo temporal. Nesses casos, Tatiana recomenda avaliação médica. “Na maior parte do tempo, porém, trata-se de um episódio curioso e passageiro, evidenciando a complexidade do cérebro humano”, conclui.
Com informações de Terra





