Brasil tem o 3º maior registro de doadores de medula óssea; saiba como se cadastrar

O Brasil possui o terceiro maior banco de doadores voluntários de medula óssea do mundo, com mais de 5,9 milhões de pessoas cadastradas no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). O transplante de medula é indicado para o tratamento de doenças que afetam as células do sangue, como leucemias, linfomas, aplasia de medula, síndromes de imunodeficiência e mieloma múltiplo.

Trinta anos após o primeiro transplante realizado no país, o cadastro brasileiro só fica atrás dos registros dos Estados Unidos e da Alemanha — e é o maior com financiamento totalmente público.

Por que a compatibilidade é decisiva

A compatibilidade entre doador e paciente depende de fatores genéticos e costuma ser maior entre pessoas da mesma origem étnica. Quanto maior o número de voluntários inscritos, maiores as chances de encontrar um doador compatível e salvar vidas.

Quem pode doar

Para se tornar doador é preciso:

  • Ter entre 18 e 35 anos;
  • Estar em boas condições de saúde;
  • Não apresentar doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue (como HIV ou hepatite);
  • Não possuir histórico de câncer, doenças hematológicas ou autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide.

Como é feito o cadastro

O interessado deve dirigir-se a um hemocentro, apresentar documento de identidade original e preencher um formulário com dados pessoais. Em seguida, é coletada uma amostra de sangue de 5 ml para o teste de tipificação HLA, responsável por identificar a compatibilidade. O nome do voluntário permanece ativo no Redome até completar 60 anos.

Procedimentos de doação

Quando há compatibilidade confirmada, a coleta de células-tronco pode ocorrer de duas formas:

  • Punção na bacia: realizada em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, com duração aproximada de 90 minutos. O doador costuma ficar internado por 24 horas e pode sentir dor no quadril nos dias seguintes, retomando as atividades habituais em cerca de uma semana.
  • Aférese: as células são retiradas diretamente da corrente sanguínea em procedimento que dura de 3 a 4 horas. O doador recebe medicação por cinco dias para estimular a produção de células-tronco e, após a coleta, pode retornar às atividades no dia seguinte; é comum apresentar sintomas semelhantes aos de uma gripe durante o uso do medicamento.

Segurança ao doador

Ambos os métodos são considerados seguros pelos especialistas. Os efeitos mais frequentes são temporários e incluem desconforto na região do quadril, no caso da punção, ou mal-estar leve, no caso da aférese.

Para a baiana Catarine Barreto, diagnosticada com leucemia aos 32 anos, o transplante realizado há seis meses foi decisivo para afastá-la do risco de recidiva. “Você pode literalmente salvar a vida de alguém. Tem gente que morre porque não tem um doador compatível”, disse.

Interessados em participar do registro podem procurar o hemocentro mais próximo e seguir as orientações para o cadastro.

Com informações de Portal Terra

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