O paracetamol, princípio ativo do medicamento de referência Tylenol e disponível também em versões genéricas, é um dos analgésicos e antitérmicos mais prescritos no mundo. O fármaco entrou no radar do governo de Donald Trump, que pretende conduzir novos estudos para avaliar possível ligação entre seu uso e casos de transtorno do espectro autista (TEA). Especialistas alertam que pesquisas desse tipo demandam longo prazo para produzir resultados conclusivos.
Para que serve
Conforme a bula, o paracetamol é indicado para reduzir febre e aliviar dores leves a moderadas, incluindo sintomas de resfriados, cefaleia, dores musculares, nas costas, de dente, cólicas menstruais e desconforto leve associado a artrite.
Como age no organismo
O medicamento atua no sistema nervoso central, diminuindo a sensibilidade à dor e regulando a temperatura corporal. Após administração oral, o início do efeito ocorre entre 15 e 30 minutos, com duração de 4 a 6 horas. A absorção é mais rápida em jejum; a presença de alimentos retarda a velocidade, mas não altera a quantidade absorvida.
Contraindicações
O uso é contraindicado para crianças menores de 12 anos, pessoas alérgicas ao composto ou a qualquer componente da fórmula, pacientes com doença hepática, elevado consumo de álcool ou que utilizem medicamentos metabolizados pelo fígado. Também não se recomenda a administração simultânea de outro produto que contenha paracetamol.
Patrícia de Carvalho Mastroianni, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp, explica que o risco está ligado sobretudo ao processo de excreção: “Para ser eliminado, o paracetamol precisa ser conjugado pelo fígado. Em caso de hepatopatia ou consumo de álcool, pode ocorrer sobrecarga hepática”.
Efeitos colaterais
Reações cutâneas graves são raras, atingindo menos de 0,01% dos usuários, e incluem vermelhidão, bolhas e erupções. Diante desses sintomas, a orientação é suspender o medicamento e buscar atendimento médico. Complicações hepáticas também estão entre os possíveis efeitos adversos.
Uso na gravidez
A bula recomenda que gestantes e lactantes consultem um profissional de saúde antes de utilizar o remédio. Segundo Patrícia Mastroianni, embora a orientação geral seja evitar fármacos durante a gestação, o paracetamol é considerado o analgésico mais seguro quando não há opções.
Imagem: Internet
Pesquisas sobre autismo
Alguns estudos observacionais sugerem associação entre o uso do medicamento na gravidez e alterações no neurodesenvolvimento, incluindo TEA. No entanto, os trabalhos não demonstram causalidade e, de acordo com pesquisadores, novas investigações são necessárias para confirmar ou refutar essa hipótese.
Até o momento, a evidência disponível não altera as recomendações de uso, especialmente porque outros analgésicos apresentam efeitos adversos conhecidos para gestantes.
As informações presentes nesta reportagem reforçam a importância de seguir orientação médica e respeitar as doses indicadas na bula.
Com informações de Terra





