Trump sugere ligação entre paracetamol e autismo e enfrenta críticas de médicos

Nesta segunda-feira, 22, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou na Sala Roosevelt da Casa Branca novas recomendações da Food and Drug Administration (FDA) sobre o uso do Tylenol, principal marca de paracetamol vendida no país. O anúncio foi feito ao lado do secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., e outros integrantes do governo.

Durante o pronunciamento, Trump levantou a possibilidade de que o paracetamol esteja associado a um risco maior de autismo em crianças, hipótese que foi rapidamente contestada por entidades médicas e pelo fabricante do medicamento.

Fabricante rejeita associação

A Kenvue, responsável pelo Tylenol, declarou em nota que “discorda veementemente” da sugestão de que o produto possa causar autismo. A empresa afirmou que “evidências científicas sólidas mostram claramente que o uso de paracetamol não causa autismo”, lembrando que revisões de órgãos reguladores, inclusive anteriores da própria FDA, não indicam essa relação.

Além do Tylenol, o paracetamol está presente em centenas de formulações de venda livre para gripe e resfriado em todo o país.

Entidades médicas rebatem discurso

O presidente do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, Steven Fleischman, classificou as declarações como “irresponsáveis” por, segundo ele, transmitirem “mensagens prejudiciais e confusas” a gestantes. Em comunicado, Fleischman afirmou que o anúncio “não é sustentado por todas as evidências científicas disponíveis e simplifica perigosamente as múltiplas causas dos desafios neurológicos em crianças”.

A Sociedade de Medicina Materno-Fetal também se manifestou antes do pronunciamento, reiterando que o paracetamol é “apropriado para tratar dor e febre durante a gravidez”. A entidade lembrou que febre não tratada nessa fase pode aumentar riscos como aborto espontâneo e defeitos congênitos.

Pesquisas recentes apontaram uma possível associação entre o uso de paracetamol na gravidez e um aumento no risco de autismo, mas, segundo a sociedade, ainda não foi estabelecida relação causal e os estudos apresentam limitações importantes.

Até o momento, as recomendações da FDA não detalham restrições específicas ao medicamento, e a comunidade médica mantém a orientação de que o paracetamol continua sendo uma opção segura para o controle de dor e febre, inclusive em gestantes, desde que utilizado conforme orientações profissionais.

Com informações de Terra

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